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Divertículos e pólipos: entenda as diferenças entre eles

“Dr. Marcelo, qual a diferença entre pólipos e divertículos?”. Bem, a diferença é relativamente simples: o divertículo vai se formar para fora da parede intestinal e o pólipo vai formar para dentro. 

Entretanto, as implicações de cada quadro são muito diferentes. Então, para aprofundar melhor nas diferenças, vamos entender primeiro o que são os divertículos de intestino. 

O que é divertículo?

Para entender o que é divertículo, vamos imaginar que existe uma “caverninha” dentro do intestino. No divertículo, encontramos uma reentrância, como se fosse uma caverna mesmo. E é justamente por isso que eles são chamados de divertículos saculares, já que eles têm um formato igual a um saquinho. 

Os divertículos se desenvolvem, especialmente, na região do intestino grosso, que são as porções finais do intestino. Isso ocorre porque, nessa região, temos áreas que tem entrada de vasos de sangue. Essas áreas vão nutrir a parede do intestino, vão nutrir a mucosa,  músculos da parede e  todas aquelas estruturas precisam de fluxo de sangue e de oxigênio. 

Entretanto, os locais de entrada desses vasos são regiões de frágeis, onde não temos todas as camadas do intestino, já que o vaso de sangue tem que passar pela região muscular. E é exatamente nessa região que existe uma fragilidade que pode levar ao surgimento dos divertículos

Vale ressaltar que nem todos nós temos divertículos. O divertículo é um quadro que a pessoa pode ou não adquirir ao longo da vida. Não é uma coisa que a pessoa nasce, é um quadro adquirido. 

Uma pessoa que tem um bom funcionamento intestinal, tem uma chance menor de desenvolver divertículos. Mas essa chance não é zero, porque tem outros fatores envolvidos, como envelhecimento, histórico familiar e também a formação do colágeno da pessoa. 

Por fim, os divertículos, são associados à pressão, por isso são chamados divertículos de pulsão, e vão fazer um abaulamento da parede do intestino para fora. 

O que são pólipos?

Os pólipos, como eu disse acima, se formam para dentro, mas o mecanismo é completamente diferente da formação dos divertículos. Então, se a gente olhar o intestino por dentro e tem um pólipo, a gente vai ver como uma elevação, uma lombada, como se fosse uma verruginha dentro do intestino. 

O pólipo vai se formar na parede do intestino e vai crescer para dentro do intestino, sendo visto como uma elevação naquela região. O pólipo se forma por uma proliferação de células que estão em contínua renovação em nosso intestino. 

A mucosa do nosso intestino está sendo continuamente agredida pela passagem de fezes e, além disso, o local está cheio de bactéria. Tem bactéria boa, bactéria ruim, e também tem toxinas que a gente come na nossa alimentação, quer saber uma? 

Bom, temos os nitritos e nitratos que podem ser encontrados em presuntos e salames. Ou seja, a nossa mucosa acaba sendo constantemente agredida ao longo da nossa alimentação. Porém, a cada agressão, também ocorre uma regeneração e é nesse ponto que mora o perigo. 

O perigo da regeneração

Você deve estar se perguntando: ‘’Como uma regeneração pode ser perigosa?’’

Então, o problema é que a cada vez que as células voltam a se formar, pode haver um erro de DNA. Esse erro gera uma mutação que, na maioria das vezes, é controlada seja com a morte natural da célula defeituosa ou com o nosso próprio organismo indo lá resolver.

Entretanto, infelizmente, existe a possibilidade dessa mutação não ser resolvida. Com isso, a célula mutada vai se multiplicar cada vez mais, gerando novas células com mutações e, com isso, ela vai acabar tendo uma proliferação descontrolada e vai acabar se infiltrando em outras partes do nosso organismo, onde ela não deveria estar! E, é assim que surge o câncer de intestino! Diferente dos filmes, onde as pessoas acabam ganhando poderes. 

Em outras palavras, nós temos os divertículos que são áreas de fragilidade da parede que vão formar um abaulamento para fora. O pólipo, que é uma área de abaulamento para dentro, mas que tem a ver com proliferação de células e aumento risco de câncer no intestino. Justamente por isso, eu fiz um vídeo específico sobre a formação de câncer no intestino para que vocês possam entender de forma mais direta esse assunto que é tão delicado e complexo. 

Em síntese, tanto os pólipos quanto os divertículos, podem ser tratados caso sejam identificados rapidamente. Até porque, como eu já mencionei antes, existem pólipos que não são malignos e que sua remoção é bem simples. 

Então, caso você receba um diagnóstico, não se desespere! E, como eu sempre digo aqui, uma dieta balanceada, rica em fibras, vai ajudar na sua evacuação e por consequência na sua saúde intestinal! Evitando assim, que você tenha problemas futuros (mesmo que simples) no intestino. 

E, se você pretende melhorar sua qualidade de vida, entre em contato comigo e vamos juntos! 

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