Tenho certeza que, ao menos uma vez, você já teve uma diarreia, certo? Você sabia que existem dois tipos de diarreia? Hoje falaremos sobre a diarreia crônica, suas causas, tratamentos e a diferença entre ela e a diarreia aguda. Vamos lá? 

Para começar, é preciso lembrar que ter uma diarreia aguda é um quadro normal, que pode surgir após uma intoxicação alimentar, por exemplo. Geralmente, o quadro pode ser reconhecido pelo desconforto na barriga e pela mudança no padrão das fezes, que podem se tornar mais pastosas e amolecidas ou mesmo líquidas. A diarreia aguda durar apenas alguns dias e, em muitos casos, apresenta melhora sem necessitar de maiores intervenções.  

Dessa forma, é necessário se atentar à duração dos sintomas: após 7 dias com diarreia, o indicado é procurar um profissional para realizar exames e buscar tratamento. Além disso, caso os sintomas de diarreia durem mais de 3 semanas, é possível que seja uma diarreia crônica, o que demanda de uma atenção maior.  

O que causa a diarreia crônica 

Uma diarreia crônica é um quadro que não se resolve sozinho. A pessoa perde hidratação pela quantidade de fezes eliminadas e, na maioria dos casos, não consegue repor a hidratação. Além disso, é possível observar outros sintomas, como prostração e dores abdominais que aumentam. Algumas dessas características podem ser observadas em intolerâncias alimentares, como a intolerância à lactose 

Quando uma pessoa tem intolerância à lactose e ingere algum derivado do leite, os componentes que não podem ser digeridos ficam no intestino, causando um efeito osmótico. Assim, os componentes passam a prejudicar a absorção de líquidos, o que aumenta a quantidade de líquido nas fezes, levando à diarreia.  

Além disso, a lactose pode ser metabolizada por bactérias, o que resulta no estufamento da barriga e cólicas. Assim, quando uma pessoa com intolerância à lactose não faz o tratamento adequado, é possível desenvolver o quadro de diarreia crônica. Para controlar o caso, é possível evitar o alimento que cause a intolerância ou fazer o uso de enzimas que auxiliem na digestão.  

Como diferenciar os tipos de diarreia crônica 

É possível classificar as diarreias crônicas por aquelas que se desenvolvem no intestino delgado e intestino grosso.  

As diarreias causadas por problemas no intestino grosso, geralmente vão apresentar fezes aquosas e em menor quantidades. Isso ocorre já que no intestino grosso é onde temos uma maior absorção de água.  

Já nas diarreias do intestino delgado é possível encontrar alimentos não digeridos, já que é nesse intestino que ocorre a digestão dos alimentos. Além disso, é possível identificar um grande volume de fezes, mas não tão aquosas.  

Diarreias crônicas do intestino delgado 

As doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn, acomete a região do íleo terminal, que é onde ocorre a absorção de alguns nutrientes, como os sais biliares. Se a absorção não ocorre, esses componentes vão para o intestino, causando a diarreia  

Outro quadro de diarreia crônica é a síndrome do supercrescimento bacteriano. Nesse quadro, ocorre uma proliferação exagerada de bactérias, causando alteração na flora intestinal, levando a uma disbiose, prejudicando a absorção e a digestão.  

Diarreias crônicas do intestino grosso  

Gastroenterites, quando não são tratadas, podem evoluir para um quadro de síndrome de intestino irritável pós-infecção, que pode se manifestar como diarreia. A síndrome de intestino irritável é um quadro funcional, ou seja, é possível que, ao examinar o intestino, os resultados não apresentem alterações. Essa síndrome pode prejudicar a qualidade de vida, mas não é um quadro que apresente maiores riscos, como evoluir para um câncer. É possível controlar os sintomas com mudanças na dieta, consumindo mais fibras, por exemplo.  

O uso de sustâncias laxativas também pode levar a um quadro de diarreia crônica. Essas substâncias podem ser usadas para adoçar alimentos processados que, quando consumidos com frequência, causam a diarreia. 

Bem, essas foram algumas causas da diarreia crônica. Para ver mais sobre esse tema, acesse meu canal no YouTube. E não se esqueça, caso apresente sintomas persistentes, procure atendimento médico.