Hoje vamos falar um pouco mais sobre fissura anal crônica. Quando falamos em uma fissura crônica, logo pensamos em algo que vai nos acompanhar para o resto da vida, certo? Mas será que é isso mesmo? Acompanhe! 

Bem, antes de mais nada, vamos recapitular o que é uma fissura anal. Uma fissura anal é um corte na borda do ânus, geralmente causado pela passagem de fezes duras na região. Na maioria das pessoas, a fissura vai cicatrizar sozinha após alguns dias, sem maiores dificuldades e sem necessidade de tratamento específico. 

Ou seja, toda fissura crônica já foi uma fissura aguda, mas nem toda fissura aguda vai “virar” uma fissura crônica. Como falei acima, na maioria das pessoas, a fissura irá cicatrizar sem maiores problemas. 

O que ocorre é que em algumas pessoas a fissura vai se machucar repetidas vezes e vai se transformar numa fissura anal crônica. Mas uma fissura anal crônica não se resume em ter sido machucada repetidas vezes, o tecido da região também se modifica e se torna mais fibroso, dificultando a cicatrização. Assim, quadros como a hipertonia anal e o plicoma anal se tornam propensos na região. 

A hipertonia anal é uma tensão muscular, que dificulta a passagem de fezes, além de causar dor. Já o plicoma anal é uma prega de pele que se forma na região após a pele inflar e diminuir, mas não dói e nem apresenta maiores riscos à saúde. 

Por que fissura anal dói tanto? 

Um questionamento frequente é o motivo de uma fissura ser tão dolorida. Muitas vezes o paciente acha que tem uma grande fissura por causa da dor que sente, mas na realidade o corte é bem pequeno. 

A fissura anal dói por causa do corte em si, mas também por causa da irritação que ela causa no músculo. O músculo sofre com espasmos e passa a ficar sempre tenso, apertando a ferida da região. 

Apesar de uma fissura anal crônica incomodar bastante, o caso tem tratamento e cura. Acompanhe. 

Tratamento de fissura anal crônica

O tratamento para uma fissura anal pode ser clínico ou cirúrgico. Veja:

Tratamento clínico
No tratamento clínico, comumente associamos o uso de pomadas com mudanças de hábitos de vida. Ter um bom funcionamento intestinal melhora a consistência das fezes, o que evita que a região seja machucada novamente. 

As pomadas atuam relaxando a musculatura anal, além de melhorar o fluxo sanguíneo na região. Em geral, as pomadas são relaxantes musculares e vasodilatadoras. 

O uso de toxinas paralisantes também é uma possibilidade no tratamento de uma fissura anal. As toxinas promovem o relaxamento da região, e podem ser aplicadas no esfíncter interno, que se contrai involuntariamente. Além disso, as toxinas podem ser usadas sozinhas ou em associação com uma cirurgia. 

Tratamento cirúrgico
Em geral, realizamos uma fissurectomia, que pode ou não ser associada a uma esfincterotomia, que é um pequeno corte na região anal, que alivia a pressão local. 

“Dr. Marcelo, se eu não tratar a minha fissura crônica, então vou ter que conviver com ela para sempre?” Bem, retomando o que disse no início do texto, ter uma fissura anal crônica não quer dizer que você vá conviver com ela para sempre, desde que a trate corretamente. 

É possível tratar e resolver o quadro, desde que o diagnóstico seja feito corretamente e o tratamento conduzido de maneira adequada. Como disse, as pomadas são grandes aliadas no tratamento de fissura, mas é necessário usar a pomada correta pelo período indicado pelo médico. 

Portanto, se você sofre com fissura anal, entre em contato comigo! Será um prazer te ajudar a ter mais qualidade de vida!