Voltar à rotina é uma preocupação após a realização de uma cirurgia, não é? Se você acompanha meu blog, sabe que tenho abordado esse assunto nas últimas semanas e, dessa vez, não será diferente. Por isso, hoje falarei sobre o pós-operatório da cirurgia de fístula anal e quanto tempo é necessário para voltar a dirigir. Vamos lá? 

Diferentes tipos de fístulas

Existem diversos tipos de fístulas, como fístulas simples, baixas, altas e complexas. Além disso, é válido citar as fístulas com abscesso e com inflamação, que causam dor ou que não causam, que drenam ou que não drenam. 

Como você pôde ver, são muitas variáveis nas fístulas, e tudo isso deve ser levado em consideração no momento da cirurgia e também no pós-operatório. 

Vou exemplificar com uma fístula simples, uma fístula baixa. Nesta cirurgia de fístula, podemos simplesmente abrir a fístula e fazer uma fistulotomia.

Nessa cirurgia, a recuperação em geral é relativamente rápida e não costuma ser muito dolorida. Além disso, em geral, a evolução no pós-operatório é relativamente rápida. Nessas situações, entre duas semanas a um mês, o paciente já pode voltar a dirigir. 

Entretanto, existem casos em que o paciente apresenta uma fístula complexa. Esse tipo de fístula costuma apresentar um abscesso (ou seja, uma bola de pus no interior da fístula) que drena e causa muita dor. 

O tipo de tratamento, nesses casos, vai variar de paciente para paciente. É possível optar por fazer uma drenagem, com a colocação de um sedenho. O sedenho é uma borrachinha que fica dentro da fístula para drenar o pus, tornando essa fístula mais fibrosa, mais simples e com menos inflamação. Nessa situação, a evolução é diferente. Se o paciente ficar assentado sobre o sedenho pode prejudicar a drenagem, causar dor.

Recuperação de uma cirurgia de fístula

Existem outros tipos de fístulas sem abscesso, mas que são complexas. Esse é o caso das fístulas que pegam muito músculo. Nesses casos, muitas vezes vamos fazer um retalho. 

O que seria isso? Bem, tenha em mente que a fístula começa dentro do ânus ou do reto, e ela tem um caminho até a pele. O retalho seria retirar esse buraquinho dentro do ânus e o cobrir com uma mucosa do próprio intestino, tampando esse orifício para não comunicar mais. Assim, a fístula não seria mais alimentada com bactérias e resíduo de fezes.

Nesses tipos de cirurgia de fístula, diversos pontos são dados na região, e é necessário  que esses pontos fiquem no lugar. Se os pontos abrirem, começa a contaminar de novo a fístula e aumenta a chance de a fístula voltar, causando aquela recorrência, chamada de recidiva. 

Por isso, se o paciente passa muito tempo assentado, dirigindo e se movimentando, correndo o risco de ter uma frenagem rápida ou ter uma batida, a região pode se tensionar e romper os pontos. Por isso, nos casos que a cirurgia de fístula escolhida é o retalho, a pessoa tem que tomar todo cuidado no pós-operatório. Inclusive, no pós-operatório de retalho, em geral, a gente não vai recomendar fazer aqueles banhos de assento, justamente para não colocar os pontos em risco. 

Bem, como você pode ver, existem diferentes detalhes a serem levados em consideração, desde os tipos de fístula, a técnica usada para realizar a cirurgia de fístula e a recuperação do paciente. Por isso, volto a ressaltar a importância do retorno às consultas médicas no pós-operatório, afinal, só assim o médico poderá liberar com precisão o retorno às atividades diárias, como dirigir.

Se você ainda tem dúvidas sobre o tema, entre em contato comigo!