A fístula anal, ou perianal, é uma espécie de ferida, que se forma desde a última porção do intestino até a pele do ânus, criando uma passagem que provoca sintomas como dor, vermelhidão e sangramento pelo ânus.

Geralmente, as fístulas surgem após um abcesso no ânus e também podem ser causadas por doenças inflamatórias do intestino, como a doença de Crohn ou diverticulite, por exemplo.

Normalmente o tratamento é realizado com cirurgia e nessa publicação vamos falar dos tipos de cirurgia para fístula anal.

Tratamento cirúrgico de fístulas – Fistulotomia

Como falamos, a fístula é uma passagem ao lado do ânus. Dentro do canal anal, aparece um orifício, um pequeno desvio, que vai até a pele. Essa fístula pode ou não vazar algum tipo de secreção. Ou seja, a fístula pode, às vezes, não drenar, mas aparece um pequeno orifício.

Existe um tipo de fístula que é chamado em fundo cego, que é um pequeno orifício que segue um caminho, mas não vai a lugar nenhum, ou seja, ele não chega à superfície da pele, terminando no subcutâneo.

Esse tipo de fístula é considerada um caso mais complexo, por não ter a drenagem e numa eventual cirurgia será necessária a drenagem. Dentro dessa fístula existe a formação de tecido epitelial, impedindo que a mesma cicatrize. E, como falamos, o tratamento é eminentemente cirúrgico para corrigir o problema.

Mas quais os principais sintomas? Pode-se observar vermelhidão ou inchaço da pele do ânus, dor constante, especialmente ao sentar ou caminhar e saída de pus ou sangue pelo ânus.

Além destes sintomas, também pode surgir dor abdominal, diarreia, perda de apetite, diminuição do peso e náuseas, caso aconteça infecção ou inflamação da fístula.

Em todos os casos é recomendado consultar um médico proctologista para fazer o diagnóstico do problema e, como falamos anteriormente, vamos falar quais os tipos de cirurgias para corrigir esse problema.

Tipos de cirurgias para fístula anal – VAAFT, LIFT, Fistulotomia e cola de fibrina

A primeira solução cirúrgica é a fistolotomia, que é o corte do orifício de ponta a ponta. Fica uma ferida, do tamanho da fístula e é reservado para casos de fístulas curtas e baixas. Mas o que isso significa?

O mais importante é saber a quantidade de músculo que a ferida pega. Em caso de pegar pouca parte do músculo é recomendado realizar a fistulotomia, caso o problema pegue uma quantidade maior de músculo, outro tipo de procedimento cirúrgico deve ser realizado.

Sobre a técnica de retalho. É feito um retalho com a mucosa e submucosa da parede do reto do canal anal para tampar o orifício interno da fístula. Ao tampar a entrada, não tem mais contaminação, vai começar um processo de cicatrização e, além disso, ainda é necessário destruir o epitélio dentro da fístula, que impede a cicatrização. É indicado em alguns casos apenas.

Existem situações que é complexo encontrar o orifício interno, ou porque ele é muito pequeno ou porque o trajeto é tortuoso. É aí que entra a técnica de LIFT. É feito uma dissecção no espaço interesfincteriano. O trajeto da fístula é cortado e a parte próxima do canal anal é cauterizado ou curetado e, na parte distal é aberta uma drenagem e, se possível destruir o epitélio. Ambos os lados do trajeto são fechados.

Além dessas técnicas, também existem mais opções como os plugs de fibrina ou as colas de fibrina, que é a inserção de alguma substância no trajeto para impedir a passagem da na fístula, promovendo a cicatrização. É feita uma lavagem interna e, se possível, destruir o tecido do local, para depois aplicar a cola. O orifício também é fechado internamente, seja com ponto ou grampeamento.

Por último e tão importante quanto às outras técnicas, temos a VAAFT. É uma técnica onde é feita a entrada na fístula com o aparelho de vídeo para verificar todo o trajeto. É possível ver o epitélio, secreções, tecidos de granulação e é feita a cauterização. A técnica é boa em fístulas mais longas, complexas, com coleção e abcesso ou com múltiplos trajetos.

Quer saber mais sobre fistulotomia, retalhos, lift, cola de fibrina e vaaft? Entre em nosso blog.