“Dr. Marcelo, já fiz uma ressonância magnética, devo repetir o exame antes de operar minha fístula perianal?”. Essa é uma dúvida que recebi recentemente e achei interessante trazer esse assunto para o blog.
Então vamos lá: quando é necessário repetir uma ressonância? É obrigatório fazer esse exame antes do tratamento de fístula? Vamos esclarecer essas questões!
O que é uma fístula perianal?
Se você já acompanha meu canal e minhas redes sociais, certamente já sabe o que é uma fístula perianal. Entretanto, vamos relembrar:
Uma fístula anal é uma comunicação anormal que liga o interior do ânus à pele ao seu redor. Geralmente, as fístulas são resultados de uma infecção local, o que gera um abscesso.
Dessa forma, o pus que é gerado no interior do ânus vaza, e é assim que os caminhos das fístulas são formados.
Em geral, o tratamento de fístula perianal é cirúrgico. Em alguns casos, é preciso realizar exames de imagens para visualizar o caminho da fístula. O uso dos exames de imagem ajudam a definir o tipo de abordagem a ser feita, afinal, uma fístula simples é bem diferente de uma fístula complexa, com múltiplos trajetos e afins.
É para esse tipo de caos que realizamos os exames de imagem, como a ressonância magnética.
Ressonância magnética para o tratamento de fístula
Com a ressonância magnética, conseguimos ver o caminho da fístula, sua profundidade e o grau de inflamação. Entretanto, esse exame é estático e ele vai nos dizer somente como o paciente está naquele momento.
Então, como decidir a melhor hora para repetir a ressonância magnética?
Bem, o médico deve levar em consideração o quadro clínico do paciente e também a data da ressonância magnética. Afinal, se o paciente fez o exame recentemente e logo em seguida vai passar pela cirurgia, dificilmente o quadro clínico vai mudar. Dessa forma, o médico não precisa pedir a repetição do exame.
Por outro lado, caso haja mudanças no quadro, um outro exame pode ser solicitado. Veja uma situação em que isso pode acontecer:
Ao analisar os resultados da ressonância magnética, o médico avalia o paciente e informa que ele vai realizar a técnica de cirurgia aberta para o tratamento de fístula. Entretanto, entre a análise do exame e a data marcada para a cirurgia, o quadro do paciente muda e ele desenvolve um novo abscesso, com inflamação local ou alteração do trajeto da fístula.
Como houve uma mudança no quadro clínico do paciente, a ressonância pode ser realizada novamente. Assim, o médico responsável compreende as alterações e avalie novamente qual o melhor tratamento a seguir.
Qual alterações podem acontecer em uma fístula perianal?
Vamos pensar em uma fístula simples, que tem apenas um orifício interno, dentro do canal anal, e tem um orifício externo na pele.
Em alguns casos, pode acontecer dessa fístula fechar o orifício externo, mas, ao contrário do que pode parecer, isso não quer dizer que houve uma cicatrização. Mesmo que o orifício externo da fístula perianal esteja fechada, seu trajeto pode permanecer aberto.
Isso faz com que o pus continue sendo drenado e, caso não haja local para esse pus ser escoado, ocorre a formação de um novo abscesso. Dessa forma, houve alteração no quadro clínico do paciente, o que faz com que seja necessário reavaliar toda a fístula.
Além disso, também existe a possibilidade da fístula perianal mudar seu trajeto de drenagem. Por exemplo, antes ela drenava para a direita e, após um período, ela drena para a esquerda. Nesses casos, também é necessário repetir a ressonância magnética para acompanhar o novo trajeto da fístula.
Uma fístula pode se fechar sozinha?
Bem, como eu disse no começo do texto, em geral, o tratamento de fístula é cirúrgico, mas esse não é o único tratamento possível.
Em alguns casos, quando o paciente tem um abscesso que drena, há uma possibilidade da fístula cicatrizar naturalmente. Entretanto, quanto mais vezes a pessoa sofre com episódios de inflamação local, menos chance da cicatrização ocorrer.
Apesar dessa possibilidade, não deixe de se consultar com um médico ao perceber a presença de pus ou outras secreções na região anal. Apesar de parecer uma doença simples, a fístula perianal requer cuidados específicos, bem como um tratamento de fístula que impacte positivamente a vida do paciente, levando em consideração seus hábitos diários.
Sendo assim, se você está buscando uma consulta com proctologista em São Paulo ou proctologista em Belo Horizonte, entre em contato comigo, será um prazer te atender!
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