Incontinência fecal é uma preocupação de muitos pacientes, afinal, essa situação pode causar constrangimento e levar a pessoa ao isolamento social. Felizmente, esse quadro tem tratamento e, recentemente, essa área teve um grande avanço. Sendo assim, hoje falarei sobre o tratamento com neuromodulador. Vamos lá?
O que é a incontinência anal?
A incontinência fecal é, como eu falei, a incapacidade de segurar as fezes, e o quadro pode ser causado por diferentes fatores. Para conseguir segurar as fezes, precisamos de nervos funcionando, músculos e também precisamos ter sensibilidade local. Qualquer desses mecanismos que tiver alterado, pode levar em incontinência.
Sendo assim, mesmo que a pessoa perceba que tem fezes no reto, mas o músculo está cortado ou machucado, essa pessoa não consegue segurar as fezes. Isso vai causar um escape de fezes.
Outra situação que pode acontecer é a pessoa ter fezes no reto, mas ter perdido a enervação local. O músculo precisa do nervo para contrair e se fechar, então, quando isso não ocorre, a pessoa também vai sofrer com um quadro de incontinência.
Por fim, uma pessoa que também não tem sensibilidade no reto não percebe que está com fezes na região, pode ter um escape em qualquer momento de relaxamento. Ou seja, esse é um mecanismo muito complexo e é aí que entra o neuromodulador, já que ele tem mais de uma atuação.
Assim, o neuromodulador vai atuar nos nervos, permitindo uma melhora tanto de sensibilidade, de contração e de transmissão dos estímulos nervosos. Ele vai atuar melhorando todos esses mecanismos,
O que considerar no momento de escolher o tratamento de incontinência?
Bem, a primeira coisa a se fazer é identificar a causa da incontinência anal para escolher o tratamento mais adequado. Durante muito tempo a incontinência anal causada por lesão de esfincter era considerada de tratamento cirúrgico.
O pensamento era o seguinte: já que existe uma lesão de músculo, basta “consertar” músculo da região. Entretanto, o tratamento, dessa forma, não é tão eficaz como pode parecer. Fazer uma dissecção muscular pode ter inúmeras consequências, inclusive piora do quadro.
Por isso surgiram novos tratamentos para ajudar na resolução da incontinência anal e hoje temos como opção o neuromodulador!
Entendendo como o neuromodulador funciona
O implante do neuromodulador é um procedimento cirúrgico de pequeno porte e é feito com anestesia local. Assim, vamos conseguir evitar uma cirurgia que tem que dissecar músculo, que te, um porte muito maior e com possíveis complicações.
O neuromodulador tem um módulo que vai ficar ligado na enervação da região sacral. Esse módulo vai mandar estímulo elétrico para o neuromodulador continuamente e, para isso, ele precisa de uma bateria.
A colocação do neuromodulador é cirúrgica, feita com anestesia local e também uma sedação, porque senão é um procedimento que pode ser muito desconfortável. Assim, a pessoa vai ficar deitada, vai ter uma sedação, a gente faz uma anestesia local e é colocado o estímulo nervoso ali.
Entretanto, ates de fazer a inserção do aparelho, colocamos um mecanismo transitório, no paciente. Assim, testamos se os estímulos vão ajudar na continência. Dessa forma, depois de uma semana ou duas, dependendo do funcionamento, é trocado pelo aparelho neuromodulador definitivo. O aparelho definitivo fica debaixo da pele. A pessoa consegue palpar, sentir onde ele está, mas não é uma coisa desconfortável.
Conclusão
Esse aparelho já tem inúmeros estudos mostrando seus benefício e pode ser usado, inclusive, em casos de lesão mecânica da musculatura. O tratamento com reconstrução do músculo ainda é usado, mas vai ser em casos específicos.
Esse tipo de equipamento, ele pode ser aplicado muitas vezes pelos convênios médicos, mas ainda existe todo um processo para que a autorização de uso seja feita.
Por isso, se você está sofrendo um caso de incontinência fecal, escape de fezes ou gases, entre em contato! Vou avaliar seu quadro e verificar se o neuromodulador é o melhor tratamento. Não sofra mais!
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