Muitas pessoas têm receio de usar laxantes, seja por medo de criar dependência ou de sofrer efeitos colaterais. Mas será que todo tipo de laxante faz mal ou causa “vício”? Na verdade, a resposta é: depende! 

Sei que vocês não gostam quando respondo “depende”, porém, há laxantes que podem ser utilizados com segurança a longo prazo e outros indicados para situações pontuais. Por isso, vou explicar, neste conteúdo, os tipos de laxantes, como eles atuam no intestino e quando é seguro utilizá-los. Com essas informações, você saberá como fazer escolhas seguras para a saúde intestinal.

Entendendo os tipos de laxantes e como funcionam

Primeiramente, é importante entender que nem todos os laxantes são iguais. Cada tipo tem uma função específica para estimular o funcionamento do intestino. Vamos aos principais:

1. Laxantes Formadores de Bolo Fecal

Esses laxantes aumentam o volume de fezes, o que facilita o trânsito intestinal. Ao absorver líquido, eles formam um bolo fecal que distende o intestino, o estimulando a contrair e empurrar as fezes. 

Por isso, é essencial consumir bastante líquido ao usá-los. Sem essa hidratação, o bolo fecal pode endurecer, dificultando a eliminação. Exemplos comuns incluem suplementos de fibras, que ajudam a aumentar o volume das fezes naturalmente.

2. Laxantes Lubrificantes

Outro tipo de laxante é o lubrificante, como o óleo mineral. Diferente do azeite de oliva, que é absorvido no intestino, o óleo mineral não é absorvido e age lubrificando o trato intestinal, facilitando a passagem das fezes. 

No entanto, o uso prolongado pode interferir na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Portanto, é indicado que o óleo mineral seja utilizado com cautela, para evitar deficiências nutricionais e complicações.

3. Laxantes Osmóticos

Esses laxantes, como o polietilenoglicol (PEG) presente em produtos como Movilax e Miralax, atraem água para o intestino, ajudando a amolecer as fezes. Eles não criam dependência e podem ser usados com mais segurança a longo prazo, desde que recomendados por um médico. Sua ação osmótica facilita a evacuação sem irritar a mucosa intestinal, sendo uma boa opção para quem sofre de constipação crônica.

4. Laxantes Estimulantes

Algumas pessoas apresentam um intestino com movimento reduzido, o que chamamos de “inércia intestinal”. Nesses casos, pode ser necessário o uso de laxantes estimulantes, que promovem contrações para auxiliar a eliminação das fezes. 

Um exemplo comum são os laxantes irritantes, como o chá de sene, frequentemente vendido sem receita. Embora seja seguro em pequenas doses e para uso ocasional, o uso prolongado pode causar a chamada melanose coli, uma condição em que o intestino escurece devido ao depósito de melanina. Além disso, o uso crônico pode levar ao cólon catártico, onde o intestino perde sua capacidade de contrair-se naturalmente.

Uso seguro e orientado dos laxantes

Laxantes estimulantes, embora úteis em casos específicos, não devem ser usados de maneira desordenada. Mesmo sendo vendidos sem prescrição, esses produtos não são isentos de riscos e podem prejudicar o funcionamento intestinal a longo prazo. 

Para garantir o uso correto, é sempre recomendado contar com orientação médica e, se necessário, progredir para diferentes classes de laxantes de acordo com a resposta do organismo. Por isso, se você sofre com constipações constantes e dificuldades de evacuar, agende uma consulta.

Conclusão

A escolha e o uso dos laxantes devem ser feitos com cuidado e orientação médica. Entender as diferenças entre os tipos de laxantes e como cada um age é fundamental para evitar efeitos indesejados, como desidratação e irritação intestinal. 

Agende uma consulta comigo, Dr. Marcelo Werneck, para que juntos possamos avaliar a melhor opção para o seu caso e garantir uma saúde intestinal equilibrada.