Constipação intestinal: causas, sintomas e tratamentos

A constipação intestinal é uma das queixas mais comuns nos consultórios de coloproctologia. Embora muitas pessoas associem o problema a algo simples ou passageiro, ele pode afetar significativamente a qualidade de vida e, em alguns casos, exigir investigação médica detalhada. Neste artigo, o Dr. Marcelo Werneck, coloproctologista em São Paulo e Belo Horizonte, explica o que é constipação, suas causas mais comuns e as opções de tratamento disponíveis.

O que é constipação intestinal?

A constipação não é uma doença, mas sim um sintoma. Ela ocorre quando há dificuldade para eliminar as fezes ou uma diminuição na frequência evacuatória — geralmente, quando a pessoa evacua menos de três vezes por semana. Além disso, as fezes costumam estar endurecidas, exigindo esforço e, em alguns casos, provocando fissuras ou crises de hemorroidas.

Quem pode ter constipação?

Embora seja mais comum em mulheres e em pessoas acima dos 40 anos, a constipação pode afetar indivíduos de todas as idades. Em muitas situações, o problema começa ainda na infância e se mantém ao longo da vida, exigindo mudanças de hábitos e acompanhamento médico.

Causas mais comuns de constipação

Entre as causas mais frequentes estão os hábitos alimentares inadequados, a baixa ingestão de líquidos e o sedentarismo. Além disso, o uso de certos medicamentos pode contribuir para prender o intestino — como anti-inflamatórios, opioides (derivados da morfina), suplementos de ferro e cálcio.

Problemas hormonais, como o hipotireoidismo e o diabetes, também podem influenciar o funcionamento intestinal, tornando importante investigar cada caso individualmente.

Tipos de constipação intestinal

Existem três tipos principais de constipação:

• Constipação por trânsito intestinal lento: o intestino se movimenta de forma mais lenta, fazendo com que as fezes demorem a chegar ao reto.
• Constipação por obstrução de saída: o intestino funciona normalmente, mas há dificuldade para eliminar as fezes devido a disfunções musculares na região do assoalho pélvico.
• Constipação funcional: ocorre quando não há alteração anatômica ou doença identificável, mas o intestino não funciona adequadamente.

Quando investigar o problema

Se a constipação é crônica e interfere na rotina, é essencial investigar. O médico pode solicitar exames como o tempo de trânsito intestinal, que avalia a movimentação do intestino, e a manometria anorretal, que analisa se a musculatura da evacuação está relaxando no momento correto.

Tratamentos e cuidados essenciais

O primeiro passo do tratamento é ajustar o estilo de vida: aumentar a ingestão de água, incluir mais fibras na dieta (como frutas, folhas, cereais integrais e castanhas) e praticar atividade física regularmente. Essas mudanças simples podem resolver a constipação em muitos casos.

Quando as medidas comportamentais não são suficientes, o médico pode indicar o uso de laxantes — que devem ser escolhidos conforme o tipo de constipação e a causa identificada. Existem laxantes formadores de bolo, osmóticos e estimulantes, cada um com indicação específica. Em alguns casos, é possível que seja necessário o uso de supositórios, lavagens intestinais (clisteres) ou até fisioterapia pélvica.

O uso de laxantes deve sempre ser orientado por um médico, pois o uso inadequado pode piorar o funcionamento intestinal a longo prazo.

Casos que exigem atenção especial

Algumas doenças podem causar constipação mais severa, como a Doença de Chagas, que afeta os neurônios do intestino, prejudicando a movimentação intestinal. Outra condição rara é a Doença de Hirschsprung, uma alteração congênita na inervação intestinal, que geralmente requer tratamento cirúrgico.

Conclusão

A constipação intestinal é um sintoma que merece atenção, especialmente quando se torna frequente. Mudanças simples no estilo de vida, associadas à avaliação médica adequada, podem transformar completamente o bem-estar e prevenir complicações futuras.

Para entender melhor o funcionamento do intestino e descobrir as causas por trás da constipação, assista também ao vídeo complementar do Dr. Marcelo Werneck:
Descoberta a causa da constipação!

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