Você conhece os riscos da cirurgia de fissura anal? Bem, toda intervenção cirúrgica apresenta riscos, ainda que baixos e, por isso, hoje falaremos mais sobre a fissura anal, cirurgia de fissura e quanto tempo leva para se recuperar da cirurgia de fissura. Vamos lá?
Como muitos de vocês já sabem, a fissura anal é um corte na região anal que pode ser ocasionado pela passagem de fezes duras pela região e, normalmente, a fissura cicatriza sozinha após alguns dias. Entretanto, numa pequena parcela de pessoas, as fissuras não cicatrizam e podem evoluir para uma fissura anal crônica. Quando isso ocorre, o tecido local passa a ter um fluxo sanguíneo ruim, apresenta um tecido mais fibroso, o que pode levar a uma hipertonia.
A hipertonia anal é caracterizada por manter os músculos da região sempre tensos e retraídos, dificultando ainda mais a passagem de sangue pela região. Além disso, as fissuras podem desenvolver plicomas, que são uma prega de pele e, por último, passam a ter menos chance de cicatrizar naturalmente.
Em alguns casos, é possível realizar tratamentos não cirúrgicos. Assim, é possível melhorar as fissuras mantendo um bom funcionamento intestinal ou realizando a aplicação de substâncias para promover o relaxamento da musculatura. Em casos que essas abordagens não são efetivas, uma cirurgia de fissura será feita.
Cirurgia de fissura
Normalmente realizamos uma fissurectomia, que é a retirada da fissura. Neste procedimento, as fissuras são cortadas bem rentes e é retirado o mínimo de tecido possível da região. Assim, retiramos também a papila hipertrófica e o plicoma anal que podem estar presentes. Na fissurectomia, quando o paciente apresenta muita hipertonia que, como falamos, é o músculo retesado constantemente e, nesses casos, realizamos uma esfíncterotomia.
A esfíncterotomia consiste em realizar um corte no esfíncter interno, que é um dos músculos responsáveis pela contração anal, ou seja, é um dos músculos que seguram as fezes. Geralmente, retiramos um terço do esfíncter interno para promover o relaxamento muscular na região. Dessa forma, esse procedimento deve ser pensado e feito com cuidado, já que um corte indevido pode levar ao caso de incontinência fecal.
Outra possibilidade de cirurgia de fissura é realizar a esfíncterotomia química, que consiste na aplicação de substâncias que promovem o relaxamento local. Dessa forma, é possível que essa medida seja feita sozinha ou associada a uma cirurgia.
Bem, esses são os métodos de cirurgia de fissura mais comuns, mas quais seus possíveis riscos?
Quais os riscos de uma cirurgia de fissura?
Em alguns casos, a cicatrização de uma incisão pode não ocorrer, gerando fissuras pós operatórias. Infecções locais, apesar de serem raras, também podem surgir no pós operatório de fissuras, o que pode evoluir para um abscesso local.
O sangramento pós cirurgia de fissura também pode ocorrer, já que a circulação sanguínea no local volta a acontecer de forma regular. Entretanto, é importante lembrar que o sangramento anal, assim como as fissuras pós cirúrgicas, são quadros raros.
A estenose anal, que, assim como os riscos anteriores, tem baixas possibilidades de ocorrer, também é uma possível complicação da cirurgia de fissura. Ela pode surgir já que, ao retirar o tecido machucado da região, o organismo inicia o processo de cicatrização. Assim, dependendo do organismo, é possível que, durante o processo de cicatrização, ocorra uma maior contração muscular, o que leva à estenose anal.
A incontinência fecal, que é temida por muitos, é uma complicação com poucas chances de ocorrer. Entretanto, se ocorrer, o que o paciente pode notas são pequenos escapes de fezes e também uma dificuldade de retenção de gases e líquidos.
Sendo assim, posso afirmar que os riscos de complicação numa cirurgia de fissura são baixos e que a intervenção cirúrgica é segura e apresenta bons resultados. Caso você esteja inseguro sobre o procedimento, converse com seu médico e conheça melhor o método escolhido por ele, isso pode auxiliar a conter o nervosismo!
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