Olá, tudo bem? Hoje vamos falar sobre um assunto importante: a relação entre fístulas e o risco de câncer. Se você já ouviu falar sobre fístulas anais ou se está passando por essa condição, provavelmente tem dúvidas sobre a gravidade desse problema e se existe algum risco de evolução para câncer.

Assim, vamos relembrar como as fístulas se formam, entender quando elas podem trazer complicações e avaliar se existe algum motivo para preocupação com câncer. 

No conteúdo anterior falei sobre a relação entre fístulas e cânceres na região anal,  e expliquei que um câncer que cresce na região do ânus pode, sim, criar uma comunicação com a pele e formar uma fístula. Te convido a ler esse conteúdo na íntegra clicando aqui.

Mas afinal, e a fístula que surgiu de um abscesso ou em pacientes com Doença de Crohn? Ela tem risco de se transformar em câncer? Bem, a resposta não é tão simples.

Fístulas podem evoluir para um câncer?

Na maioria dos casos, as fístulas vão causar drenagem e inflamação, mas geralmente não evoluem para câncer. Isso acontece porque o revestimento da fístula, o epitélio, não tem essa tendência. No entanto, em casos raros e excepcionais, uma fístula pode desenvolver um câncer dentro dela.

Esse risco aparece quando a fístula fica inflamada por muito tempo, especialmente se houver acúmulo de secreção, bactérias ou resíduos. Isso cria um ambiente propício para uma inflamação crônica, que pode, ao longo de muitos anos, (em média, mais de 20 anos), aumentar o risco de câncer.

Ainda assim, quero destacar que isso é raro. A evolução natural da fístula é benigna, mas isso não significa que devemos ignorar o quadro. 

Quais complicações a fístula pode causar?

A fístula pode trazer complicações ao longo do tempo, como se tornar mais complexa, dificultando o tratamento. Uma fístula que está continuamente inflamada pode, por exemplo, acumular secreção e não drenar adequadamente, o que pode causar novas infecções, como um abscesso. E o grande problema de uma fístula mais complexa é que ela é mais difícil de tratar e tem maior risco de recorrência.

A cirurgia de fístula, na maioria dos casos, tem sucesso. Mas, como com qualquer tratamento, há riscos, incluindo o de a fístula voltar. A recorrência, porém, é a exceção, não a regra. A maioria das cirurgias resulta em cicatrização, então vale a pena tratar o quanto antes, antes que a fístula se complique ainda mais.

Para os pacientes com Doença de Crohn, a história é um pouco diferente, já que essa é uma doença que causa inflamação intensa. A Doença de Crohn é uma condição que causa inflamação no intestino e pode aumentar significativamente o risco de fístulas. As fístulas associadas à Doença de Crohn tendem a ser mais complexas e altamente inflamadas, o que eleva os riscos de complicações que mencionei anteriormente, como o desenvolvimento de fístulas mais difíceis de tratar ao longo do tempo.

Por isso, é fundamental que todo paciente com fístula busque atendimento médico para receber o aconselhamento adequado e definir o melhor tratamento. Na maioria dos casos, a cirurgia de fístula é a melhor solução, mesmo havendo um pequeno risco de recorrência. Hoje, contamos com técnicas menos invasivas, como cirurgias a laser e procedimentos por vídeo, que trazem ótimos resultados e são menos agressivas ao corpo.

Portanto, se você tem sintomas de fístula ou se identificou com o que foi discutido aqui, não deixe de procurar ajuda. Quanto mais cedo o tratamento for realizado, maiores as chances de sucesso. Agende uma consulta comigo em São Paulo, Belo Horizonte ou online. Vamos avaliar o seu caso e discutir o melhor caminho para o tratamento.