Você já ouviu falar do exame de cápsula endoscópica? Esse exame nos permite estudar o intestino delgado que, por ser muito longo e móvel, torna difícil o examinar com o aparelho de colonoscopia. Por isso, a cápsula endoscópica foi criada! Hoje falarei mais sobre ela, como funciona e quando é necessário realizar esse exame.
Este exame é minimamente invasivo e para o realizar, o paciente engole a cápsula endoscópica, que vai viajar por todo o trajeto do trato gastrointestinal, tirando fotos de todo o percurso. Através dessas imagens conseguimos identificar alterações na região, como áreas de inflamação e malformação vascular. Esse exame é indicado para quando precisamos ver bem a mucosa e os vasos de sangue do trato gastrointestinal.
Mesmo sendo necessário engolir a cápsula, o exame é uma opção muito confortável, pois não há necessidade de sedação nem de inserção de dispositivos. Além disso, a cápsula sai pelas fezes.
Ao contrário de outros exames que podem ser feitos em diferentes partes do trato gastrointestinal, a cápsula endoscópica não possibilita a realização de intervenções. Ou seja, caso seja encontrado um pólipo, por exemplo, a sua remoção não pode ser feita durante a realização do exame.
Apesar de ter sido necessário criar um exame específico para poder visualizar o intestino delgado, essa região não costuma desenvolver casos de câncer. Entretanto, existem outros problemas que podem se desenvolver no intestino delgado.
Cápsula endoscópica: quais doenças pode diagnosticar?
Um dos quadros que podem se desenvolver no intestino delgado e que é diagnosticado com o exame de cápsula endoscópica e a telangiectasia. A telangiectasia é a malformação vascular no intestino.
Nesse quadro, é como se os vasos de sangue estivessem muito superficiais na mucosa, o que favorece que os vasos estourem e gerem sangramento. Apesar do sangue se misturar e não ser possível vê-lo a olho nu, o sangramento constante pode levar a quadros de anemia.
Outro quadro que conseguimos investigar com a cápsula endoscópica são as doenças inflamatórias intestinais. A Doença de Crohn, por exemplo, pode acometer diferentes partes do intestino delgado.
Apesar da cápsula endoscópica fornecer um bom diagnóstico para esses quadros, existem outras formas de avaliar o intestino delgado. Confira:
Enterotomografia, Enterorressonância e Enteroscopia
Esses exames nos permite fazer reconstruções do intestino delgado através de tomografia e ressonância. Entretanto, são estudos indiretos e que não nos permitem ver a mucosa do intestino.
O outro exame, a enteroscopia, nos permite avaliar o intestino delgado por dentro. Em relação aos outros exames, a enteroscopia é considerada um procedimento mais trabalhoso e demorado devido às características do intestino. Entretanto, além de viabilizar o exame, é possível realizar tratamentos na região, como cauterizações.
Dessa forma, a indicação da enteroscopia ou da cápsula endoscópica vai variar dependendo das necessidades do paciente.
Cápsula endoscópica: o exame oferece riscos?
Em pacientes que lidam com uma estenose intestinal, ou seja, têm estreitamento de algum segmento do trato intestinal, existe o risco de a cápsula ficar presa. Entretanto, esse acontecimento é raro, principalmente por que o exame não é indicado para pacientes que tenham suspeita de estenoses.
Por isso, não tenha medo caso seu médico sugira o exame de cápsula endoscópica. Os riscos são baixos e os benefícios são altos. Lembre-se de que, em alguns casos, será necessário fazer este exame em conjunto com outro, como é o caso da enteroscopia.
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