“Dr. Marcelo, estou sentindo uma alteração na região do “cofrinho”, como saber se é um cisto pilonidal?”. Bem, muitas vezes o paciente pode ter dúvida se tem um quadro de fístula ou cisto pilonidal, afinal, ambas as doenças apresentam secreção e tecidos inflamados. Apesar de sintomas semelhantes, é necessário saber diferenciar os quadros. Pois, o primeiro passo para um tratamento eficaz é a identificação da doença. Vamos ver como?
Uma maneira de como saber se é um cisto pilonidal é conhecer a região onde o cisto se manifesta. Ele fica localizado na região entre as nádegas, acima do ânus e abaixo das costas, mais conhecida como “cofrinho”. O cisto pilonidal, muitas vezes, é causado pela inflamação de pelos no local, o que cria uma cavidade, que pode ter em seu interior um tecido inflamado, chamado de tecido de granulação. Além disso, essa inflamação pode causar dor, pele avermelhada e, eventualmente, drenagem de pus ou sangue.
A fístula, por outro lado, costuma se manifestar mais próxima ao ânus (em qualquer direção). Afinal, já falei aqui algumas vezes que a definição de uma fístula é ser uma comunicação anormal entre o interior do ânus e a pele ao seu redor. Entretanto, em alguns casos, a fístula pode se manifestar um pouco mais “alto” na região anal, estando mais próxima do “cofrinho”, o que facilita a confusão com o cisto pilonidal. Essa confusão se dá, não só pela região como também pelo comportamento.
Ao se manifestar na altura do ‘’cofrinho’’ a fístula pode drenar pus, tal qual o cisto pilonidal. Portanto, são esses casos que requerem mais atenção do médico com uma investigação mais aprofundada.
Mas então, como saber se é um cisto pilonidal?
Um médico especialista experiente, consegue na grande maioria dos casos diferenciar as duas doenças apenas com o exame clínico, porém em casos de dúvida, podemos recorrer a exames de imagem. Exames de ressonância magnética ou ultrassom podem ajudar a diferenciar fístula de cisto pilonidal.
Ambos permitem uma boa avaliação local e detecção de comunicação com o ânus, mas lembrando: são exames complementares. Ou seja, complementam a avaliação bem feita pelo médico, não a substituem. Assim, em geral possível determinar se o caso se trata de um cisto pilonidal ou uma fístula, já que, geralmente, uma fístula terá comunicação com a parte exterior do ânus.
Mas, como disse acima, esses são exames complementares. O diagnóstico correto é feito em conjunto com um exame físico e, só então, o paciente é encaminhado para a cirurgia. Eventualmente alguns casos mais complexos podem necessitar de um exame físico sob sedação para melhor definição do quadro.
Tratamento cisto pilonidal
O tratamento cisto pilonidal e de fístula possui algumas técnicas que podem ser semelhantes. É possível fazer um tratamento por vídeo, o EPSIT, no tratamento de cistos e o VAAFT, no tratamento de fístulas. Além disso, é possível tratar os dois quadros com auxílio do laser de diodo. Outra possibilidade é a colocação do sedenho, embora essa prática seja mais frequente no tratamento de fístula.
Com tantas possibilidades de tratamento, e possível avaliar se o quadro se trata de uma fístula ou cisto pilonidal durante o procedimento. As técnicas de vídeo são as que mais favorecem essa forma de verificação, pois é possível ver o trajeto por dentro.
Mas, por mais que haja tratamentos parecidos, é extremamente necessário que seja feito um diagnóstico correto. Pois, isso facilita no processo de cura, deixando tudo mais dinâmico.
Em síntese, tanto a fístula quanto a cisto pilonidal causam um grande desconforto ao paciente e requerem uma identificação precisa. Porém, ambos possuem tratamento e, após serem identificados, podem ser curados rapidamente.
Todavia, nunca se esqueça de que o começo do diagnóstico é feito com o médico e que, geralmente, é fácil identificar qual dos dois problemas te aflige.
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